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sexta-feira, abril 29, 2005

Tadinho do menino…

Para os progenitores, os seus rebentos são sempre os melhores, os mais, bonitos, os mais inteligentes. Mesmo quando acabei a 4ª classe aos 15 anos a minha mãezinha disse que eu era o mais inteligente de todos os outros meninos, por isso não é de estranhar a mota que o meu irmão recebeu quando aprendeu a comer com faca e garfo.

É engraçado, no meio de adultos sem nada para fazer, o petiz é sempre o centro de todas as atenções e não, não estou com inveja por ninguém me ligar pívia enquanto faço malabares em cima do monociclo e cuspo fogo com o canito a tocar flauta e a tentar receber as moedas, digo isto por experiências recentes.

Esta semana tenho passado mais tempo com os Barões Machadix de Las Carreteras, meus pais, e consequentemente com seus desalinhados comparças. Felizmente, nenhum lê o blog! No meio da plebe está um casalinho tipicamente luso: ele cinquentão com Datsun vermelho, campeão regional de sueca e medalha d’ouro em dominó-belga na ACPECUM (Associação da Casa do Povo de Ex-Combatentes de Ultramar da Malveira), que tem como passatempo o desbaste da micose do tintin esquerdo (salvo-seja); ela, trintona imigrante madeirense que fugiu do reino de El Rei D JoãoO Único”, por não comparecer a um dos seus comícios por andar à procura do seu irmão mai’novo num aparthotel duns senhores alemães. Claro que este ajuntamento originou uma criançola deveras interessante. Epá, é normal os pais repetirem os que seus filhos balbuciam como que se de tradutores de criancilês se tratassem mas acho que a partir dos 7 anos isso já não é preciso!
A Mãe - “Vá diz lá à Srª como te chamas.”
O Jagunço – “Rudooolfiz”
A Mãe – “Rodolfo, muito bem!”
A Srª – “pois, cá estamos…”

E nestas alturas tudo pára, a tia deixa de mastigar a pastilha de boca aberta, o pai limpa a espuma do bigode da imperial, eu tento retrair a flatulência, só para ver o “menino” em acção. Ok, ninguém está à espera que toque piano e fale francês, ou então que consiga construir uma casa no cimo de uma árvore, mas todo este excesso de “atenção” não é benéfico. O puto, ou dá em Cláudio Ramos ou então dá a volta e é o próximo Zezé Camarinha da Brandoa.

Tenho um sobrinho bem novito e qualquer pum que dê é o orgulho da família eu sei!

sexta-feira, abril 15, 2005

Ácaros

Sem dúvida que umas das maiores marcas do Português é o cotão do umbigo. Quem não o tem? Tão engraçadinho à noitinha quando nos preparamos para vestir o pijama do urso marreco e ao tirar a camisola interior (Sim porque eu uso uma “termoterm” e o meu pai também!) e perdemos nunca menos de 5 belos minutos a retirar o cotão do belo umbiguinho… Umas vezes branco, outras azul e por vezes até, num arco-íris pessoal dependendo da farda do dia.

Há quem crie uma bela sociedade de ácaros em tão sensual região, a bela barriguita acentuada da mine e do marisco típico lusitano, o tremoço, e envolto pelo pelito encaracolado… Um autêntico vale encantado de fazer inveja às margens verdejantes de Alverca. Os ácaros encontram-se aninhados por entre o sarro e os restos das cascas de minuíns que sobraram das belas tardes passadas na esplanada do Barbas na Costa da Caparica, e obedecem a rígidas regras impostas pelo patriarca para assegurar a sua sobrevivência. Quem se porta mal vai parar às masmorras e viver com os Chatos um palmo abaixo!

Mas nem sempre a vida destes belos simbiontes é pêra doce, por entre os banhos na praia da Cruz Quebrada ao domingo, depois de uma bela pescaria nocturna apenas suportada graças às sandochas de torresmos nas roulotes da marginal, a principal ameaça dos nossos primos é sem dúvida a unhaca! O ácaro não tem predador natural mas vive constantemente ameaçado pela “coçadela fatal”, o único instrumento capaz de dizimar culturas inteiras, pois mesmo que tentem fugir ficam coladitos no merdum que segundo os cientistas tem a mesma composição química das teias das aranhas ceguinhas da floresta Mucurucacáéuéismininopernetaconranhonatromba na Serra Leoa.

Cuidem dos Umbigos!

terça-feira, abril 12, 2005

Escova de dentes

Sempre tive cuidado com a higiene oral, não só para mandar o sorriso 14 às meninas mas também por uma questão de bem-estar. No outro dia depois de ir mamar umas jecas com uns amigos, estava muito bem a lavar as favolas com a nova escovinha Colgate toda torta que mais parece as socas do Bocas oferta no MiniPreço da compra de uma embalagem de comida para o canito que nunca mais larga a almofada, quando me lembrei que não tinha puxado o tóclismo depois de fazer o chichi. Por natureza sou trapalhão e depois de uns tragos numa qualquer carga etílica fico logo meio tolo e deixei cair a escovinha maravilha. Felizmente o tampo estava para baixo pois já me tinha sentado para tirar o sabugo das unhas dos pés que já andava a me incomodar à três semanas mas que é daquelas cenas do tipo “já vai, já vai” e a minha prioridade recaía sempre para as bolinhas de cotão no umbigo, e ficou naquela terra de ninguém que é o perímetro da vencedora do prémio de vaso sanitário do mês de abril by Roca (por acaso é muito boa quando vou gomitar, fico ajoelhado e parece que tem assim duas pegazinhas atrás para não batermos com a fronha na loiça).
Uma autêntica tragédia! Por muito detergentó-sonaso-lixív-ajax, aquela zona para mim está sempre suja, sempre assim … prontos… Admito sou comichoso. Lá tive de descer ao submundo dos germes que coabitam no meu cafofo para a enviar para Africa na embalagem original numa qualquer acção humanitária. Acabei a noite com uma escovita que por lá deambulava para dentro do decrépito armário, já meio ressequida e esverdiada do musgo.

sábado, abril 09, 2005

Algo se passa…

Ultimamente tenho tido pensamentos coerentes, discurso articulado e uma estúpida organização pessoal. Nem imaginam as dores de cabeça que isto me está a dar! Quase nem dormi a noite passada só a matutar e a tentar lembrar-me do que comi que me possa estar a causar tamanho transtorno... Já enviei um pombo correio ao Alexandrino, mandei uma carta para a revista Maria mas até agora nada, rien, nicles, zero. Já tinha confidenciado ao amigo Roque que até já estava a fazer a terapia dos Malucos do Riso, mas o que ganhei até agora foram umas belas ramelas e não largo o Borda d’água.

A minha maezinha até já me disse “epá, tira daí os coutos porque o cão quer-se enrolar com a almofada e praticar o amor canino pra empranhar a caniche da vizinha”, ela nunca me tinha dito nada mais fofo desde que me viu pela primeira vez no frasco da Faculdade de Medicina.

Não sei… Estou confuso, até a unha do dedo mindinho do pé esquerdo já não encaracola da mesma forma, a última vez que isso aconteceu foi em mil nove noventa e três, quando levei uma bolada no ringue da Arroja do meu primo Xico e fiquei todo apanhadinho durante 2 dias.

Vou tentar meditação .

sábado, abril 02, 2005

Tico e Teco

Alerta: Qualquer semelhança com a ficção é pura realidade!

Não, não estou a falar dos 2 neurónios da Magda, mas sim dos 2 “seres” que habitam na minha cabaça. Escolhi estas alcunhas pois “eles” não querem ser identificados.
Eu sou controlado por estes operários que se sentam numa cadeirinha adquirida na Moviflor de Mem Martins e dispõem de um conjunto de manípulos com os quais controlam o meu moribundo ser. Não acreditam? Bebei mais um gole de Juanito Camiñante martelado em Sacavém com gelo e dai mais um tiro naquela budega que o vosso amigo trouxe da Holanda

“Eles” trabalham por turnos o que pode criar algumas dificuldades, eis o primeiro exemplo: Quando não me lembro onde deixei as chaves do meu Possante. Na verdade quando cheguei a casa o Tico estava ao comando mas não registou esse dado no dossier que está na estante, comprada nos saldos dos Moveis Gaspar ali na Póvoa, por detrás do trono e quando eu lá volto com o Teco a assumir as despesas, para as ir buscar e o piqueno não encontra o ficheiro no dossier, o que faz? Deixa-me em piloto automático que é aquela coreografia da Paula Abdul que consiste em apalpar em sentido ascendente e virado para Meca, todos os bolsos do vestuário, enquanto vai acordar o dorminhoco Tico ao seu camarote para o desancar a dizer que assim esta empresa não vai a lado nenhum e que a culpa é do Guterres. O Tico meio ensonado está a limpar a baba do canto da boca e mandar o Teco bugiar enquanto eu passo ao 2 ponto que é por as mãos na cintura e suspirar murmurando “onde é será que deixei as chaves”, tudo parte do tempo de espera. Entretanto o Tico diz ao comparça onde arrumou as malditas e lá vem o desgraçado reassumir o controlo do Machadix desgovernado. Como ele vem em brasa por causa da falta de profissionalismo do colega, dá uma sapatada no comando e eu dou a famigerada pancadinha na testa “epá, ficou ao pé do computador, bem podia andar à procura!!!

Já alguma vez vos aconteceu algo semelhante? Cuidado, eles andem aí e andem aos pares!

Mais exemplos em breve…